quinta-feira, 7 de maio de 2009

Falha no ODF do Office provoca bate-boca

SÃO PAULO – Microsoft e defensores do formato ODF travam polêmica em torno de uma falha existente na recente implementação do formato ao Office 2007.
Liberado há poucos dias, o Service Pack 2 do Office 2007 incorporou o ODF, padrão de arquivos aprovado pela ISO e apoiado pelos defensores do código aberto e empresas como a IBM. Um ano atrás, esse grupo já se havia envolvido em acirrado debate contra o Open XML, formato rival proposto pela Microsoft. No final, O Open XML, mesmo com as críticas, também se tornou padrão ISO.
O terreno, portanto, já não era dos mais amistosos. Agora, a Microsoft incorpora o ODF 1.1 ao Office e surge uma falha. Os defensores do padrão dizem que o problema é da empresa de Redmond. Esta devolve a bola, alegando que a falha está no próprio ODF.
Em seu blog, Rob Weir, arquiteto-chefe do ODF na IBM, diz que o Excel apresenta problemas como perda de dados ao ler planilhas ODF salvas no OpenOffice. Ele explica que o programa da Microsoft usa um procedimento para salvar as fórmulas das planilhas que não é compatível com o ODF 1.2.
Outro blog, o void life (void), vai mais longe: afirma que o problema corresponde a um golpe da Microsoft para fragmentar o ODF e levar o usuário a usar somente o MS-Office. Conforme o texto, as planilhas ODF abertas no Excel tornam-se ilegíveis para qualquer outro programa que trabalhe com o formato, exceto o Excel.
A resposta da Microsoft veio logo depois, assinada por Doug Mahugh, responsável pela interoperabilidade do MS-Office. Num longo artigo, Mahugh assevera que o problema era previsível e o pessoal do ODF já havia sido alertado para isso há quase três anos. Diz também que se a falha vai ser corrigida na especificação ODF 1.2, esta ainda não está disponível, portanto não pode ser considerada.

Info Online

O futuro do jornalismo, segundo o Google

Marissa Meyer: a VP de Produto de Busca e Experiência do Usuário foi a porta-voz do Google no Senado americano

SÃO PAULO – Na tarde de ontem (6), a Vice-Presidente de Produto de Busca e Experiência do Usuário, Marissa Meyer, discursou perante o ‘Senate Subcommittee on Communications, Technology, and the Internet’ sobre as inovações que a empresa pode oferecer para manter vivo o jornalismo.
Diante das acusações de algumas grandes corporações da comunicação online que acusam o Google News de parasitismo, a porta-voz da empresa defendeu o sistema, sob a alegação de que o recurso provê apenas duas linhas da notícia e a redireciona para o link original.
“Juntos, Google News e a busca do Google disponibilizam um valioso serviço gratuito para os jornais online, especificamente, enviando leitores interessados aos seus sites, a uma taxa de mais de 1 bilhão de cliques por mês. Jornais usam este tráfego da web para aumentar o número de leituras e gerar receita adicional”, declarou Marissa.
A VP ainda diz que ativar as próprias notícias nas buscas e no agregador de notícias é algo opcional, que pode ser desfeita com o comando “robots.txt”.
O discurso inteiro pode ser conferido pela internet, num arquivo em PDF, em inglês. Durante algumas passagens, Marissa Mayer também discute as diferenças do modo como o profissional de um veículo da web deve tratar o que escreve em comparação ao de publicação impressa, sugerindo que, mesmo sendo mais dinâmico, o jornalismo da internet tem que ter notícias correlacionadas:
“Quando produz um artigo online, o publicador deve assumir que um leitor pode estar visualizando somente aquele artigo, independente do resto da publicação. Para fazer um artigo eficaz, o site requer um contexto suficiente para leitores de primeira viagem, enquanto publica as informações mais recentes para os seguidores da notícia. Isso também exige uma abordagem diferente para monetização: cada artigo deve ser auto-sustentável”, diz Marissa Meyer.

Info Online

Uso de IDEs para o desenvolvimento Web

Falar de IDEs (Ambientes integrados de desenvolvimento) é muitas vezes mais polêmico que falar sobre as próprias linguagens de programação. E como não quero aumentar isso ainda mais, não vou escrever sobre qual é melhor ou pior, vou apenas descrever um pouco do que acho sobre duas que considero as principais delas. Apesar de ajudar - e muito - quando já se sabe programar, pode atrapalhar bastante usá-las quando se está aprendendo, mas isso vai de cada pessoa e também não é esse o objetivo do artigo.
O uso de IDEs para desenvolvimento é muito praticado hoje em dia, principalmente para se trabalhar em agências ou software houses, com produção em grande escala, diversas pessoas no projeto etc. Vou falar especificamente das IDEs Eclipse e NetBeans por serem gratuitas e também por serem as mais utilizadas nos dias de hoje, principalmente com Java.
NetBeans
Foi desenvolvida pela Sun e é mantida pela comunidade open source. Ela foi feita de Java para Java. É muito utilizada para desenvolvimento de Java para Web, apesar de também ser muito útil para desenvolvimento enterprise e aplicações java para desktop. Possui os principais recursos de uma boa IDE, tais como depuração avançada em tempo de desenvolvimento, deixando os pontos com falhas de digitação, ou variáveis não declaradas, falta de chaves ou colchetes, importações de bibliotecas necessárias automaticamente etc.
A NetBeans é considerada relativamente fácil de usar e que acelera bastante o desenvolvimento e testes, já que possui um servidor de aplicação embutido, o contêiner Tomcat, ou seja, não precisamos nos preocupar com o ambiente local para desenvolvimento e testes, basta uma tecla e a sua aplicação estará rodando. Com todos esses recursos vindo por padrão na sua instalação, não poderia deixar de ser, o NetBeans é relativamente pesado (lembrando que 'pesado' pode ser leve em muitas máquinas hoje em dia. A maioria dos jogos de hoje são mais pesados que a IDE, isso para se ter uma comparação). Mas, como disse, para quem não gosta de configurar muitas coisas, gosta de praticidade e necessita de um ambiente completo para desenvolver, principalmente para web, o NetBeans é uma ótima escolha.
Para baixar a IDE basta entrar no site: http://www.netbeans.org
Eclipse
É uma boa opção para aqueles que gostam de ter seus aplicativos configurados à sua maneira, como faz muito bem o navegador Firefox, que vem crescendo a cada dia por ser bem adaptável ao estilo de seu usuário.
O Eclipse foi feito em Java, mas é largamente usado por programadores de outras linguagens, tanto server-side como client-side, tais como PHP, XML, XHTML e Javascript. Foi inicialmente desenvolvida pela IBM e depois liberada para a comunidade do software livre.
A característica principal do Eclipse é que é baseada em plugins, ou seja, numa mesma empresa podem ter pessoas usando um determinado plugin enquanto outra pessoa pode estar utilizando outro totalmente diferente para a mesma coisa, mas ambos usando Eclipse. Para programar Java para a Web, por exemplo existe o WTP (Web Tools Plataform).
No site do Eclipse existem algumas versões completas com kits que já são opções completas para determinados projetos. São versões da IDE mais alguns plugins mais indicados.
O site do projeto pode ser visto em http://www.eclipse.org
Uma coisa bem legal das duas é que podem ser baixadas tanto para Linux como para Mac ou Windows.
Já que essas duas IDE's são gratuitas, vale a pena dar uma testada nas duas para avaliar qual é melhor para o seu gosto.

Imaster

Faça QR Code com a ajuda do Google

Confira as instruções para criar esses códigos bidimensionais com a edição de uma URL do Google

QR Codes são codigos bidimensionais capazes de armazenar mais informações que os códigos de barras convencionais. A tecnologia surgiu no Japão e é muito popular por lá. Inicialmente, esses códigos de resposta rápida ficavam restritos ao uso corporativo, em atividades como controle de logística. Agora, a tecnologia começa a aparecer em campanhas publicitárias, serviços de informações e outras aplicações de interesse mais amplo. O aumento da presença da tecnologia está ligado ao crescimento do número de smartphones e celulares capazes de ler esses códigos.

Uma forma rápida de montar um QR Code é usar a interface de programação de gráficos do Google. Vamos partir do exemplo abaixo:
http://chart.apis.google.com/chart?cht=qr&chl=http://www.info.abril.com.br&chld=l&chs=300x300.

Nesta URL, devemos indicar valores para quatro parâmetros. Em cht, use qr para indicar o tipo de gráfico que será um QR Code. Em chl, tecle o texto que será transmitido pelo QR Code, que deve estar no padrão UTF-8. Em chld é definida a correção de erros, com as letras L, M, Q e H indicando níveis crescentes de correção (com mais dados no QR Code, por consequência). Por fim, chs indica o tamanho da imagem gerada pelo serviço.

<> Saiba mais sobre QR Code em Aponte a câmera para o QR Code.

Info Online

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Apple pode integrar 3G a MacBooks


SÃO PAULO – Uma vaga de emprego disponível no site da Apple leva a crer que a companhia vai integrar o suporte a redes 3G a seus MacBooks.
Na descrição de trabalho, a companhia procura um engenheiro que tem experiência em redes Wi-Fi, 3G, Ethernet e saiba integrá-las com notebooks.
Há um mês, a Apple publicou uma outra vaga procurando um especialista em câmeras digitais que possa trabalhar no projeto iPhone.
Na época, o anúncio gerou comentários de que a companhia vai melhorar a câmera de seu smartphone, atualmente com resolução de 2 megapixel, bem abaixo de concorrentes como os telefones da Nokia, por exemplo.
No caso dos MacBooks, uma placa integrada ao computador poderia funcionar como modem 3G. Restaria ao usuário apenas colocar o chip de sua operadora preferida para navegar na web usando redes móveis.

INFO Online

ADP vê sinais de recuperação do mercado

NOVA YORK - A Automatic Data Processing (ADP), maior empresa mundial de processamento de folha de pagamento, espera que as vendas de novos negócios melhorem no próximo ano fiscal, segundo seu CFO.
A ADP relatou que as vendas de novos negócios, um indicador-chave de receitas futuras, caíram em 10% no terceiro trimestre fiscal, mas a empresa também reiterou que seu objetivo ainda é de mais de 1 bilhão de dólares em vendas de novos negócios no ano fiscal de 2009, que termina no dia 30 de junho.
"Nós esperamos que o número não caia tanto no ano que vem, e que poderemos vender pelo menos o mesmo montante também no próximo ano," afirmou o diretor-financeiro da empresa, Chris Reidy.
"Estamos vendo muito mais atividade, mais conversas, mais informações, mas ainda não vemos uma aceleração na inclinação para fechar o acordo," acrescentou. "Isso eventualmente virá, e nós perceberemos isso."
A empresa relatou um lucro trimestral estável, prejudicada pela recessão e o dólar forte, o que reduziu receitas em outros países quando convertidas para o dólar.
Reidy também prevê que ventos contrários no câmbio --que levaram a uma queda de 3% nos receitas do último trimestre-- durem até setembro.
Ela acrescentou que a empresa espera "algum aumento de preços" no próximo ano fiscal, mas nada como a alta de 1,5% que promoveu no ano fiscal de 2009.
A ADP processa uma em cada seis folhas de pagamento em todo o mundo.

Reuters

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Este será o seu computador

O mundo da tecnologia está às portas de uma transformação profunda: a computação vai ser centralizada numa grande nuvem, acessível pela internet - e isso muda tudo
O empresário carioca Marcelo Marzola, de 32 anos, se considera bastante versado em computadores, mas isso não o exime de passar apertos tecnológicos. Nos últimos anos, ele já teve vários discos rígidos queimados, e cinco pen drives seus simplesmente pararam de funcionar. Um deles o deixou na mão há dois anos, diante de uma plateia de 200 universitários em São Paulo. O dispositivo que continha a apresentação que Marzola faria simplesmente apagou. Os primeiros instantes foram de pânico. Os seguintes, de alívio. "Eu tinha feito uma cópia em um disco virtual. Acessei o documento pela internet. Foi minha sorte", diz Marzola. O executivo não sabe exatamente onde estava sua apresentação, mas isso pouco importa. A única certeza é que o arquivo estava armazenado em algum servidor do Google pelo mundo - ou, como se diz hoje em dia no mundo da tecnologia, na nuvem.

A indústria da computação é conhecida por criar jargões de curta vida útil, mas também por sofrer transformações profundas. Tudo indica que a computação nas nuvens, que salvou Marzola de um vexame, representa muito mais do que simplesmente a expressão da vez. A ideia de que a computação vai acontecer cada vez mais remotamente, em grandes parques de servidores interligados pela internet, promete mudar para sempre a maneira de lidar com os computadores.

Os PCs que conhecemos hoje são apenas a mais recente encarnação de uma máquina que nunca parou de mudar. No início dos tempos, o computador ocupava uma sala inteira, custava uma pequena fortuna e era privilégio exclusivo de grandes companhias. Depois vieram os minicomputadores, rapidamente suplantados pelos computadores pessoais - hoje ameaçados pelos smartphones e pelos netbooks, dispositivos de recursos técnicos modestos, mas perfeitamente adequados para a conexão com a internet. Com o movimento em direção à computação nas nuvens, ou cloud computing, no termo em inglês, o computador vai tomar uma nova forma. Ou, mais precisamente, ele vai perder sua forma, se dissolver, se esvaziar - talvez até mesmo desaparecer. O poder de computação será cada vez mais centralizado, ubíquo e invisível. Com a banda larga espalhada pelas ondas do ar e aparelhos simples, muitas vezes dotados apenas de um navegador de internet, será possível acessar qualquer tipo de programa e qualquer tipo de arquivo, de qualquer lugar. Eles estarão rodando no éter, na nuvem. Os recursos de processamento e armazenamento, hoje representados por centenas de milhões de PCs em cima de mesas, vão migrar para enormes centrais de dados, ou data centers, como o que ilustra a página anterior (ao lado). E o mundo digital, mais uma vez, passará por uma profunda mudança. "Os dados seguirão os usuários, e não o contrário", diz Rishi Chandra, gerente sênior de produtos do Google Enterprise.

Como tudo o que diz respeito ao mundo digital, isso significa um negócio potencial enorme. Empresas como Google, Microsoft, IBM, Dell e até mesmo a insuspeita varejista Amazon estão se posicionando para a disputa de um mercado que movimentou 46,4 bilhões de dólares no ano passado e até 2013 deve passar dos 150 bilhões de dólares, segundo o instituto de pesquisas Gartner Group. Todas estão de olho em clientes como a Azul. Quem chega hoje ao check-in da mais nova companhia aérea brasileira nem imagina, mas as informações dos passageiros não estão armazenadas num PC atrás do balcão nem em um servidor no próprio aeroporto. Elas estão a centenas de quilômetros dali, num data center da Symantec, empresa especializada em segurança da informação que também está se aventurando na prestação de serviços na nuvem. Por ser uma empresa nova, que não tem de carregar consigo o peso de ondas tecnológicas do passado, a Azul optou pelo modelo mais extremo de computação na nuvem. Os PCs usados pelos funcionários que prestam atendimento ao público, em lojas ou nos balcões de check-in, são o que se convencionou chamar de terminais burros. Trata-se de máquinas extremamente simples, que acessam um servidor central e têm baixo poder de processamento. Isso representa uma economia de até 35% nos custos de hardware, sem contar a economia com a manutenção: os terminais não exigem atualizações individuais de software nem correm risco de infecção por vírus, apenas para mencionar duas vantagens.

Essa reviravolta no modelo tradicional de computação é comparada pelo jornalista americano Nicholas Carr com o advento das redes públicas de eletricidade. Durante um breve período da Revolução Industrial, as grandes companhias tinham de gerar sua própria energia elétrica, mesmo que essa não fosse sua atividade-fim. Graças a um conjunto de inovações no final do século 19, porém, tudo mudou de forma radical. Linhas de transmissão permitiram separar a geração e o uso da eletricidade. "O que aconteceu com a geração de energia há um século agora acontece com o processamento de informações", escreveu Carr em A Grande Mudança - Reconectando o Mundo, de Thomas Edison ao Google. "Sistemas privados, montados e operados individualmente por empresas, estão sendo suplantados por serviços fornecidos sobre uma rede comum. A computação está virando um serviço, e as equações econômicas que determinam a maneira como vivemos e trabalhamos estão sendo reescritas."

Do lado da infraestrutura, começam a surgir sinais inequívocos da mudança das pequenas centrais de computação privadas para as grandes estações de fornecimento global. Um dos motivos é o mau aproveitamento dos recursos. Estima-se que o típico data center de uma empresa tenha apenas 6% de sua capacidade utilizada, segundo um levantamento da consultoria McKinsey. Empresas como Microsoft e Google estão investindo centenas de milhões de dólares em inovações para levar níveis de eficiência industriais a um tipo de instalação que, em pequena escala, costuma ter doses iguais de planejamento e improviso. A Microsoft deve inaugurar neste ano, nos arredores de Chicago, um data center de 45 000 metros quadrados cujo custo é estimado em 500 milhões de dólares e que vai contar com 400 000 servidores. O Google, de seu lado, foi ainda mais longe. Em vez de usar geradores em seus data centers, a empresa decidiu embutir uma pequena bateria em cada um de seus servidores, projetados e montados pela própria empresa. Além de mais barata, a solução garantiu a elevação dos índices de eficiência energética de 95% para 99%. A varejista Amazon oferece sua estrutura de mais de 100 000 servidores num modelo de aluguel. Basta um cartão de crédito para reservar um espaço no sistema que mantém no ar a maior operação de comércio eletrônico do mundo. A demanda cresceu de repente? Basta aumentar a capacidade contratada. Ficou aquém do esperado? Basta reduzir o tamanho do servidor virtual. Tudo é cobrado por hora de uso, como na conta de luz.
A computação nas nuvens vai transformar a infraestrutura da internet, mas seu impacto não para por aí. Os efeitos na economia serão cada vez mais visíveis, com empresas surgindo na velocidade de um clique. A facilidade do aluguel dos servidores virtuais permite a criação de companhias que existem apenas na internet, como é o caso da brasileira SambaTech, distribuidora de conteúdos digitais. A empresa trafega o equivalente a quase 5 000 DVDs por mês na rede e não comprou nenhum dos cerca de 40 servidores de que precisaria. Seus sistemas rodam em equipamentos alugados nos Estados Unidos e que em menos de 1 minuto preparam os vídeos que serão enviados aos celulares e ao YouTube. "O que permite hoje nosso negócio é o amadurecimento da internet para entregar serviços. Há cerca de cinco anos nossa empresa certamente não existiria", diz Gustavo Caetano, CEO da SambaTech.

As empresas de software também se preparam para o que promete ser a maior transformação da indústria desde seu nascimento, no começo dos anos 80. Software sempre foi vendido como um produto. O cliente compra uma licença de uso, paga um preço fechado e é forçado a pagar por frequentes atualizações - e muitas vezes também pelo serviço especializado para fazer o software funcionar. Com o modelo centralizado, a lógica passa a ser a do aluguel: paga-se uma taxa mensal, e os programas são acessados pela internet, sem nenhum tipo de trabalho extra. O exemplo emblemático é a americana Salesforce.com, de sistemas de relacionamento com clientes. Criada há dez anos, a start-up que se gabava por representar o "fim do software" finalmente começa a enxergar a realização de sua profecia. Desde 2007, a Salesforce dobrou o faturamento, para quase 1 bilhão de dólares, e chegou a 1,5 milhão de usuários. Empresas pequenas e médias ainda são a maioria dos clientes da Salesforce, mas as grandes também já começam a olhar para a nuvem com interesse. As principais iniciativas ainda envolvem nuvens privadas, ou seja, o uso de redes restritas aos funcionários. Mas a General Electric, uma das maiores companhias do mundo, contratou um sistema de gestão da cadeia de suprimentos baseado na web para controlar seus 500 000 fornecedores, espalhados em mais de 100 países, uma babel que gera custos de 50 bilhões de dólares por ano. O andamento das negociações, os contratos, as certificações e outros dados essenciais podem ser acessados de qualquer lugar do mundo: basta um computador conectado à internet. A GE também estuda alternativas para seu correio eletrônico. Entre as opções está até a versão corporativa do Gmail. O serviço de e-mail do Google é oferecido gratuitamente na web (quem paga a conta são os anunciantes), mas existe também uma versão paga para empresas. "Estamos analisando requisitos de segurança e estrutura. Se ele oferecer tudo o que precisamos, por que não?", diz João Lencioni, diretor de tecnologia da GE para a América Latina.

Para muitas empresas, porém, a opção inicial será pela criação de nuvens fechadas, como a que o laboratório Fleury montou para armazenar as imagens de exames realizadas em todas as unidades espalhadas no país. Esse é o cenário mais provável porque, apesar das promessas, as nuvens públicas têm muito a amadurecer. Ainda há um longo caminho a trilhar no que diz respeito às responsabilidades contratuais - e eventualmente legais - que os fornecedores de serviços estarão dispostos a assumir. "Essa é uma condição fundamental para o sucesso da computação em nuvem", diz Reinaldo Roveri, analista da consultoria IDC. Redes mais seguras, capazes de trafegar informações importantes, também são um ponto essencial. Outra dúvida crítica é a criação de padrões de interoperabilidade. A tentação dos grandes fornecedores é criar sistemas fechados que na prática impeçam seus clientes de efetuar uma troca de fornecedor, dada a complexidade da tarefa e os riscos envolvidos. No início de abril, a IBM apresentou um manifesto em favor de padrões únicos, mas a iniciativa foi rejeitada por Microsoft e Amazon, duas empresas-chave na onda da computação em nuvem. "As relações precisarão ser obrigatoriamente mais transparentes", diz Laura DiDio, analista da consultoria Information Technology Intelligence. Mas todas essas dúvidas, cedo ou tarde, serão resolvidas, mesmo que o preço sejam mudanças importantes no jogo de forças da indústria da tecnologia. As nuvens estão se formando no céu - mas a previsão do tempo é animadora.

Revista EXAME

Prefeitura é invadida e ônibus, assaltado no feriado em Petrópolis

A prefeitura e o conselho de segurança de Petrópolis vão fazer uma reunião, nesta terça-feira, para discutir a violência na cidade. Moradores reclamam da insegurança, e nem os prédios públicos escapam. No fim de semana, a sede da prefeitura foi invadida por bandidos. E um assalto a ônibus deixou um ferido.

Era o último horário da linha de ônibus Bonfim-Correas em Petrópolis, eo motorista tinha parado no ponto da Rua Alexandre Alves Antunes para embarcar um passageiro. Foi quando dois homens armados entraram no veículo anunciando o assalto. Durante a ação, o cobrador Romário Ferreira de Oliveira, de 21 anos, foi baleado no rosto. Os bandidos levaram o dinheiro do caixa, desceram do ônibus e fugiram a pé. "Nós realmente estamos com medo, porque nós não temos segurança", lamenta uma senhora.

A vítima foi encaminhada para o centro de tratamento intensivo do hospital Santa Thereza e não corre ricos de morte. A família abalada não entende o porquê de tanta brutalidade. "Quando você vai imaginar que você vai sair para trabalhar e de reprente vai voltar baleado ou nem vai voltar?", critica Érica fortuna, namorada do cobrador baleado.

Na mesma noite, o palácio Fadel, sede da prefeitura, foi assaltado. Dois homens encapuzados e armados com uma pistola com um fuzil invadiram o local e levaram todo o dinheiro dos dois caixas eletrônicos que ficam dentro do prédio.

No momento do crime, apenas um guarda municipal fazia segurança do palácio. Ele foi rendido e ficou duas horas amarrado no armário. Apenas quando os assaltantes saíram é que ele conseguiu se soltar e chamar a polícia.

Nas ruas, a sensação é de insegurança. "A gente fica preocupado, com medo. A partir de certa hora, a gente não pode mais andar a vontade na rua", afirma a operadora de caixa Renata Cunha.


O novo comandante da Polícia Militar em Petrópolis, Paulo Mouzinho, informou que pretende planejar novas estratégias para combater o crime. A prefeitura abrur sindicância para apurar a invasão do prédio da prefeitura. Já a Guarda Municipal afirmou que, na noite do assalto, o guarda estava sozinho no Palácio Fadel, porque, excepcionalmente, o outro folgou para compensar horas extras.

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